terça-feira, 11 de agosto de 2009
Aquela música
Sexta-feira chuvosa e fria. O trânsito era quilométrico. A happy hour com os amigos não era uma boa opção. Queriam ficar a sós.
Ele, depois que ela aceitou seu convite, seguiu rotas
alternativas e rumou para sua casa.
Uma casa grande, porém solitária, ela pensou.
Ele preparou uma sopa, dessas que se encontra em qualquer gôndola de supermercado e adiciona-se apenas água. Escolheu um bom vinho.
Era um tipo respeitador, o que causava nela grande admiração. Quase nunca brincava com segundas intenções. Mas naquele dia foi diferente.
Após a refeição ele colocou no aparelho a música O Viajante, de Teresa Tinoco, na voz de Ney Matogrosso. Ela, como já tinha certa intimidade, sentiu-se a vontade para comentar sobre o cantor e brincar com seu amigo.
Ele elogiou o intérprete, voltou a música ao começo e pediu que ela ouvisse com atenção. Como já tinham se insinuado no escritório, ele disse que aquilo era o que queria dizer naquele momento:
"Eu me sinto tolo como um viajante
Pela tua casa, pássaro sem asa, rei da covardia
E se guardo tanto essas emoções nessa caldeira fria
É que arde o medo onde o amor ardia
A mansidão no peito trazendo o respeito
Que eu queria tanto derrubar de vez
Pra ser seu talvez, pra ser seu talvez
Mas o viajante é talvez covarde
Ou talvez seja tarde pra gritar que arde no maior ardor
A paixão contida, retraída e nua
Correndo na sala ao te ver deitada
Ao te ver calada, ao te ver cansada, ao te ver no ar
Talvez esperando desse viajante
Algo que ele espera também receber
E quebrar as cercas com que insistimos em nos defender
Eu me sinto tolo como um viajante
Pela tua casa, pássaro sem asa, rei da covardia
E se guardo tanto essas emoções nessa caldeira fria
É que arde o medo onde o amor ardia
A mansidão no peito trazendo o respeito
Que eu queria tanto derrubar de vez
Pra ser seu talvez, pra ser seu"...
Após a música ele tirou-lhe da mão a taça de vinho. E foram olhares... beijos... carícias e só o crepitar das chamas na lareira competindo com uma ardente noite de amor.
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Alcides,
ResponderExcluirMinha Palvra Magica...
Naquela noite que faltavam palavras,não pela covardia,mas certamente pelo medo de ser renunciado seu amor ardente,que de melhor havia...para poder ser escutado...
Adoro Ney Matogrosso,pela voz e pela excentricidade da sua pessoa em palco.
Um grande cantor ele...e voce....ahhhhhh voce...um grande poeta e romantico que consegue traduzir seu encanto na prefeição,meu amigo.
Um bjinho cheio de luar
Momentos bonitos, uma música linda...
ResponderExcluirBjs
Ola querido Alcides!
ResponderExcluirFicou esquecido dois copos de vinho sobre a mesa
Musica perdida no ar a tocar
Chama de fogo em lareira a dançar
Dois corpos nús rolando no chão
Olhos,mãos,saliva toque
cheiro de amor e tesão
Virando o quarto um cenário de paixão
Esquecendo o mundo la fora.
Meu querido um momento bem vivido,bem sonhado bem sentido
mil beijos em teu coração
Rachel
Moonlight,
ResponderExcluirUm pouco de romantismo não faz mal a ninguém e rejuvenesce o coração.
Um beijo!
Alcides
Cristina,
ResponderExcluirEssas coisas acontecem!
Beijos!
Alcides
Rachel,
ResponderExcluirHoje a noite aqui está fria, mas me senti aquecido com essas suas palavras,
Beijos!
Alcides
Aiii Alcides,
ResponderExcluirEnches o mundo de amor e romantismo =)
Que sempre tudo fosse um pouco mais assim...
beijinhos
É um expediente que eu já utilizei diversas vezes, deixar que uma música traduza, em suas palavras, os sentimentos que temos.
ResponderExcluirCuriosamente, eu estava pensando nesta música pouco antes de ver seu post, Alcides. Talvez as musas tenham me preparado a sintonia, para que eu pudesse apreciar ainda melhor sua bela narrativa.
Abraços, amigo!
Luana
ResponderExcluirO não encho o mundo de amor e romantismo, sou apenas mais um que ainda acredita que há remédio para alguns males ou, quem sabe, todos.
Beijos!
Alcides
Pensador,
ResponderExcluirA letra da Teresa Tinoco dispensa as minhas palavras.
Um abraço!
Alcides