Leia-me!

Com toda humildade do mundo,
De um modo imperativo,
Eu te peço que me leia.
Leia-me os lábios, meus olhos.
O meu modo de cruzar as pernas,
Meus verões e meus invernos.
Leia minhas entrelinhas
Meu querer e meus sonhos ternos.
Na cadência dos meus versos
Leia as estrelas que eu trago,
E as tristezas que, sorrindo, apago.
Leia-me como um livro bom
Desses que se lê todo o dia
Sem querer chegar ao final
Leia meus olhos tropicais
Te devorando, fruta saborosa
Nesse Éden que é meu e seu.
Em sua leitura silenciosa
Sorria como quem já entendeu
Porque o recado já está dado:
Eu quero ser seu namorado!