sábado, 17 de maio de 2014

Céu de ninguém










Na grande avenida
Um barco a deriva:
Sou eu em silêncio
A sua procura.
No sinal fechado,
Esquina escura.
Proibido a libido
Do nosso encontro
Que não foi marcado.
Eu não sou poeta
Nem artísta plástico
Pra te desenhar,
Escrever um poema
Ou coisa que o valha
Num muro qualquer.
Como um cão demente
De faro apurado
Procuro o seu cheiro
Fragrância: Mulher.
Pergunto pra lua
Que não dá notícias
Do sol que não vem.
Apenas flutua
A sua minguante
No céu de ninguém.

                                              (Alcides Vieira)

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